Matança cruel de animais
Sebastião Lobo
(Almenara-MG)
A
matança cruel e desumana de animais que perambulam pelas ruas é uma praxe e
tornou-se uma rotina neste imenso Brasil desorganizado em que vivemos.
As
maiores vítimas das matanças desenfreadas são os cães. O método mais usado para
eliminá-los é o uso de veneno, adicionado à carne.
Via
de regra esses animais sacrificados pertencem a pessoas que não têm as mínimas
considerações de criá-los e em razão disso confia-os inadvertidamente à caridade pública que nem sempre está disposta a aturá-los.
É
comum e até um divertimento para alguns, quando os laçadores, péssimos por
sinal tentam a todo curso recolherem esses animais, através das carrocinhas
próprias para aprisioná-los.
A
molecada adora assistir a perseguição aos cães que sempre levam a melhor,
fugindo em desabalada correria às laçadas que lhes são atiradas, tomando rumo
incerto e não sabido.
É
verdade que animais soltos, sejam eles quais forem, representam um perigo para
pedestres e motoristas desatentos, além de provocarem sujeira e desordem à
limpeza pública.
Na
época da procriação, esses animais, às vezes constituindo uma verdadeira
matilha, à semelhança dos homens, tornam-se hostis na disputa de uma fêmea no
cio, brigando entre si, rosnando, latindo, ameaçando quem deles se aproxima.
A
situação agrava-se mais ainda quando ocorre o difícil e penoso acasalamento,
com as pedradas a molecada não se contenta apenas em assistir a cena, que nada
tem de imoralidade, mas em torturar os animais acasalados que se arrastam às
tontas, sangrando, até que se separam.
Positivamente
não é da forma perversa e violenta, com o morticínio e as atrocidades
praticadas que se vai banir os animais do convívio coletivo. Por serem abandonados,
sem ninguém que os proteja é que devem ser tratados com carinho e respeito, o
que raramente acontece.
A
propósito, ha um velho ditado que diz que “antes um cachorro amigo, do que um
amigo cachorro”. Por conseguinte, ninguém tem dúvida de que o cão é o maior
amigo do homem. Além disso, está provado que o cão é um dos animais mais inteligentes
do mundo, uma vez amestrado, ou mesmo tratado com o carinho e atenção que
merece.
Portando,
ao invés de perseguir e matar os cães de rua, proteja-os, alimente-os, procure
dar-lhes abrigo, acolha todas as iniciativas louváveis de pessoas generosas que
se dispuserem a fazer isso.
Por
fim, amar os animais, como fez São Francisco de Assis, é nos tornarmos também
amados por eles em todas as circunstâncias em que hoje, amanhã e depois nos
encontrarmos.
*Sebastião Lobo é
jornalista, advogado, escritor, autor de livros, colunista do Diário de Teófilo
Otoni e membro honorário da Academia de Letras de Teófilo Otoni
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