Sebastião
Lobo (Almenara-MG)
Há
muito tempo que a gente vem observando uma coisa que francamente não é legal
nem honesta. É quando anuncia-se a abertura de um concurso, faz-se as
inscrições, os candidatos inscrevem-se, pagam uma taxa, submetem-se a provas, e
os que passam não sabem quando serão chamados.
Isso é
no mínimo uma enganação, uma farsa, em português mais claro. É um estelionato,
crime previsto em lei. Logo quem o comete está sujeito a uma penalidade, caracterizando-se
ainda a má fé, outro delito previsto pelo Código Penal.
Os
concursos públicos são os useiros e vezeiros desta prática criminosa. Nunca
cumprem os prazos previamente anunciados que antecedem aos concursos.
Os
candidatos que passam nas provas são postos em quarentena por tempo
indeterminado, às vezes por anos a fio, muitos nunca são chamados. Outros são
chamados depois que morrem. É incrível o que tem acontecido.
É de
estranhar-se que isso tenha acontecido com órgãos dos governos estadual e
federal, um péssimo exemplo.
O pior
é que os candidatos aprovados se inscrevem com a maior esperança, para depois
terem uma decepção brutal. Pagam cursinhos extras, devoram livros, purgam
noites mal dormidas, tensão à flor da pele, expectativa total. Depois... nada.
É muita sacanagem, falta de responsabilidade e compromisso. Caso de cadeia.
Reclamar
neste caso é simplesmente malhar em ferro frio. As ações contra governo não
andam, dormem nas prateleiras do judiciário que dar preferência as demandas
emergenciais que são milhares e milhares neste país das propinas e da
corrupção.
Ao
contrário, as ações impetradas pelo governo contra o contribuinte, que para não
passar fome deixa de pagar impostos e mais impostos, contra esse contribuinte
sim, a justiça funciona a toda velocidade. Quanta injustiça!
Agora
então, que o país está mergulhado na maior crise, pela hora da morte, os que
prestaram concurso e foram aprovados podem esquecer que serão chamados.
Malandragem.
E o
dinheiro que pagaram da inscrição para participar do concurso? No dia de “São
Nunca” eles o terão de volta.
*Sebastião
Lobo é jornalista, advogado, escritor, autor de livros, colunista do Diário de
Teófilo Otoni e membro honorário da Academia de Letras de Teófilo Otoni
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