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Visita a Nanuque no aniversário de Mauro Resende em tempo de emoções



Já  é noite quando desço de um ônibus na rodoviária de Nanuque, no Vale do Mucuri.

Procuro informar-me, com uma pequena mala na mão, onde fica o Hotel Giporok. Os homens e uma mu- lher que tomam cerveja numa mesa da rodoviária que me surpreende pela sua excelente estrutura, voltam-se para mim (e então percebo que a mulher já está bem "chapada"). Informam-me:
- Alí está um táxi. Peça ao motorista para levar o se- nhor até lá. Ele sabe onde fica o hotel.

Agradeço aos informam-me e, primeiro, com a mala na mão, (que não sou nenhum otário para deixar que um ladrão a leve) corro para um sanitário da rodoviária (ou Terminal Rodoviário?) para "verter água" ou "tirar água do joelho", como diziam antigamente moradores da minha terra adotiva - Rio do Prado, no Médio Jequitinhonha.

Esvaziada a "bexiga", com um breve sacolejar do "pinto" que ultimamente mais desce do que sobe, pergunto ao taxista que me espera:
- O Giporok ainda é do Dr. Teodoro Saraiva?
- Não senhor. É da ex-esposa dele, a Dona Helena, informa o taxista.
- Ué, eles se separaram?
- Ha muitos anos. O senhor na sabia?

Mais não pergunto porque não é da minha conta e não quero ser indiscreto.

- Por gentileza, sabe onde fica a casa do Mauro Resende, ou seja o Mauro da Guadalajara Móveis, como ele é mais conhecido? Hoje ele é fazendeiro dos graudos, acho interessante acrescentar.
- Sei sim, responde prontamente o taxista. Se o senhor quiser a gente vai lá.
- É que o aniversário dele é hoje - Mauro, pessoa da minha mais profunda amizade e admiração, motivo principal da minha visita a Nanuque.

Com a maior boa vontade o taxista que me leva à casa do Mauro que ali não se encontra, pelo que constato depois de tocar por várias ve-zes, o interfone, sem que ninguém me atenda.
- É, não tem ninguém. Toque para o hotel, digo ao taxista.

No hotel um ligeiro enrosco. Minha querida amiga Helena, a hoteleira, não parece reconhecer-me à primeira vista, após os mais de 50 anos que não a vejo. De mau humor talvez, por razões óbvias de me confundir com um estranho suspeito, quer que me identifique com palavras ásperas, até que o motorista que ali me deixa e um hóspede que me reconhece, dão a Helena as melhores informações a meu respeito, dizendo-lhe quem sou eu, com elogios que efetivamente não mereço e que me comovem.

Ao reconhecer-me afinal, Helena, ou mais precisamente Lena, num passo de mágica, transforma-se em pessoa dócil, educada e prestimosa (aliás o que ela sempre fora) para comigo, dispensando-me carinho e atenção.

Trocamos então calorosos abraços e cumprimentos.

- Que prazer te rever, querida Lena, falo à minha interlocutora que outrora incendiara de beleza e amor o coração do então gigante Teodoro Saraiva, trocando por ele a América do Norte pelo Brasil, provando que para amar não ha distância, deixando para trás o que existe de mais sagrado que é a Família, não sabendo todavia que "tudo é eterno enquanto dure", na concepção viniciana.

Após acomodar-me no hotel, procuro Lena novamente que, com uma solicitude a toda prova, juntamente com o hóspede que me recebera e que eu ficara sabendo tratar-se do conhecido e talentoso artista Tairone, manifesto vontade de comunicar a Mauro Resende que me encontro em Nanuque e que preciso falar-lhe urgente.

Imediatamente Lena, após retirar seu carro do estacionamento do hotel, juntamente com Tairone prontifica-se a vasculhar o centro de Nanuque à procura de alguém que possa nos informar o telefone de Mauro Resende.

Ao comunicar-me enfim com o querido e grande amigo empresário e fazendeiro, este manifesta-se superfeliz em cumprimentar-me, assegurando que minha presença em sua fazenda, "é o melhor presente que estaria lhe dando".

Então fica tudo certo que no dia seguinte, um domingo, 9 de maio , eu iria com Salim, pioneiro do ensino universitário em Nanuque e região para a bela Fazenda Agrolívia, de Mauro Resende, para juntos comemorarmos seu aniversário (pessoa de grande expressão no cenário político nanuquense) com a presença de seus familiares e amigos, inclusive do ex-prefeito de Nanuque, Nide Alves Brito, onde aconteceria momentos raros e felizes, entre aniversariante e convidados.

Muito à vontade, porém profundamente emocionado com tanta demonstração de carinho e afeto para com ele, Mauro Resende, torna-me alvo dos mais calorosos e carinhosos elogios que me dirige no seu agradecimento a todos que compareceram ao seu aniversário, reservando-me, particularmente, palavras de exaltação à minha presença e extravasando a felicidade de contar em dia tão especial para ele, com a presença do jornalista e advogado Dr. Sebastião Lobo, o mais premiado e home- nageado do Nordeste Mineiro, para com quem, afirma, só tinha "palavras de gratidão e admiração".

Momento especial e inesquecível para mim, aconteceu no instante em que sou convidado para falar. Como sempre faço ao longo de pelo menos trinta anos, ofereço ao aniversariante e a todos os convidados presentes a interpretação da meditação "O pão meu de cada dia", de Luiz Homero, chave de abertura de todos os meus pronunciamentos, participações artísticas e culturais. 

De forma que só tenho a agradecer ao Mauro Resende, aos seus familiares e amigos por um encontro tão feliz e gratificante que guarda- rei para sempre em minha lembrança, inclusive o cenário maravilhoso de sua majestosa propriedade rural, com suas exuberantes belezas naturais, emolduradas por uma esplêndida represa ornamentada por pássaros e árvores que ao sopro de uma leve brisa parece acenar para os visitantes.

Contudo, merece desta- que especial, as palavras pronunciadas por Marta, irmã de Mauro, que com lágrimas jorrando dos olhos, agradeceu ao aniversariante, cobrindo-o de elogios com palavras enternecedoras e emocionantes por haver assumido a paternidade da família com tanta dedicação e responsabilidade, nada lhe deixando faltar, sobretudo em momentos de provações.

De forma que rever Nanuque no aniversário de Mauro Resende, é rever um passado muito importante de minha vida, em sua marcha inexorável para o ocaso.

Andando à pé pelo centro da cidade, encontro avanços e retrocessos no progresso que alí deixara, quando num período tumultuado de minha existência, por causa das verdades que publicara, no jornal Folha de Nanuque, onde não morrí por milagre e porque não era o dia.

Em minha rápida estada em Nanuque, por mais que procuro não encontro nem sinal do que poderia ser marcas indeléveis do que ali deixara, a não ser a "Pedra do Bueno", eterno monumento natural e referência da cidade, o Colégio Santo Antônio, símbolo primordial do ensino nanuquense, erguido numa praça abandonada pelos poderes públicos, atestando a inoperância dos responsáveis pelo seu abandono.

De qualquer forma, só tenho mais a dizer, que Dr. Teodoro Saraiva, meu Amigo de hoje  e de sempre, vítima de uma política perversa que lhe deixara apenas com a profissão, assegura que é pré-candidato novamente a prefeito de Nanuque, onde está deixando seu nome indelevelmente gravado na história do município com obras que jamais serão esquecidas.

Mas voltando a falar sobre Mauro Resende, gostaria que este nosso recente encontro, seja o início de muitos outros que com certeza acontecerão. Obrigado, amigo.


Mauro Resende (ao centro falando), no dia do seu aniversário, com familiares e amigos

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